O nosso cérebro é uma poderosa ferramenta. Ao mesmo tempo em que ele nos fornece tudo o que precisamos para alcançarmos os nossos objetivos, também tem potencial para desfavorecer a nossa saúde mental.
Por essa razão, quando perdemos algo que consideramos de extremo valor, muitas vezes, não sabemos o que fazer e entramos em um estado depressivo e ansioso.
Sendo assim, é importante considerarmos a Terapia-cognitivo Comportamental para atuar nos padrões comportamentais negativos e ressignificá-los de maneira prática, consciente e questionadora.
Mas será que ela ajuda no luto? Confira o nosso post até o final e tire as suas dúvidas sobre o assunto.
Afinal, o que é Terapia-Cognitivo Comportamental?
Também conhecida como TCC, trata-se de uma abordagem do ramo da psicoterapia!
É uma técnica bastante relacionada ao behaviorismo, que é a prática comportamental de atuar em situações que surgem no decorrer da vida.
Em síntese, a Terapia-Cognitivo Comportamental busca entender a maneira em que as pessoas tendem a interpretar os processos que acontecem em suas vidas e em como eles as afetam.
Em outras palavras, a TCC busca entender como a pessoa pensa, sente e vê uma situação que lhe causa extremo desconforto, tristeza, dor, incômodo, ou qualquer outra sensação negativa.
Fundada nos anos 60 pelo famoso Aaron Beck, psiquiatra e neurologista norte-americano, a TCC traz uma abordagem bastante direta, clara e específica.
Também por isso, ela é utilizada para realizar o tratamento de inúmeros transtornos mentais de maneira prática, consciente e estratégica.
De maneira prática, a TCC visa identificar padrões de pensamentos, comportamentos, hábitos e crenças que tendem a estar relacionadas à origem do problema.
Dessa forma, na coleta dessas informações e comportamentos, inicia-se um conjunto de técnicas para alterar essas percepções, fazendo com que sejam reprogramadas sob uma ótica mais positiva.
Como funciona a Terapia-cognitivo Comportamental?
O conceito primordial da TCC é ressignificar sistemas cerebrais de pacientes através de atividades terapêuticas. E o primeiro passo nesse tipo de terapia é compreender como são esses sistemas em cada pessoa!
Então, durante as sessões, o psicólogo vai identificar pensamentos, sentimentos e comportamentos que serão descritos pelo paciente ao longo da terapia.
Depois de algum tempo, o profissional irá perceber alguns padrões — que basicamente irão determinar percepções e crenças com relação às experiências vividas.
Quando nos deparamos com padrões disfuncionais ou até mesmo mal adaptáveis, é importante que o profissional auxilie o paciente com esses sentimentos através de novos padrões comportamentais mais funcionais.
Com isso, o paciente tende a possuir uma excelente adaptação para a sua realidade pessoal e social.
Todo esse processo é realizado através de um passo a passo lento, uma vez que os sentimentos podem ser diversos e a busca por essas crenças, mecanismos e automatizações podem ser complexas.
Ainda assim, isso pode variar de paciente para paciente. Mas, no geral, o paciente com o tempo retoma a sua própria autonomia para encarar as situações de maneira inteligente e com consciência.
Os principais pontos para que a TCC possa atuar de maneira eficiente são, respectivamente:
• Situação ou ambiente onde ocorreu/ocorre o problema do paciente em questão;
• Estado de emoção e humor resultantes;
• Sentimentos e pensamentos envolvidos no problema;
• Comportamento;
• Reação física.
De antemão, para linkarmos todas essas questões sob à luz da TCC, vamos seguir um exemplo bastante comum na sociedade: ter que apresentar um determinado tema para um grupo de pessoas.
Antes dessa apresentação, pensamentos negativos e autodestrutivos geraram ansiedade e angústia, projetando cenários horríveis e situações de vergonha criadas pela mente.
Esses cenários, no geral, retratam um futuro onde a pessoa realiza essa apresentação passando por todos os tipos de embaraços possíveis, sendo que muitas vezes, a própria realidade não é exatamente essa.
No entanto, a TCC não olha para essa situação dispondo de atitudes positivas. Ela visa identificar os gatilhos que formam esses condicionamentos, a fim de que sejam tratados diretamente na raiz.
A TCC ajuda a lidar com perdas repentinas?
Quando perdemos alguém ou algo de muito valor, automaticamente entramos em um estado de luto. Afinal de contas, trata-se de um sentimento de perda.
Saber que não haverá um retorno sobre aquilo que se perdeu gera angústia, depressão, ansiedade, e muitos outros gatilhos que estavam escondidos no subconsciente e que acabam aflorando a fragilidade emocional.
A linha da TCC torna-se extremamente benéfica para o luto, uma vez que o principal objetivo da terapia-cognitivo comportamental é entender os meios através da raiz e produzir atividades que promovam o bem estar cerebral e as boas ações.
No caso da perda, a TCC entra como uma ação questionadora, fazendo com que o paciente ganhe consciência de sua dor e da aceitação daquilo que se foi repentinamente.
Afinal, a base para o processo de melhoria da perda repentina sob a luz da terapia cognitivo-comportamental é justamente fazer com que o paciente encare os fatos e adquira ferramentas para prosseguir.
E fazer isso sem mitigar ou esconder quaisquer comportamentos e gatilhos desfavoráveis para fazer o luto durar ainda mais!
Conclusão
Conforme vimos, a TCC é fundamental para quem deseja ter mais consciência de seus pensamentos, sentimentos, ações e resultados — uma vez que essa sequência anda sempre em conjunto.
Definitivamente, ela é fundamental para o processo de perda, especialmente para aqueles que adentraram a um processo de luto de maneira repentina.
Leia outras postagens importantes sobre o luto!
Disponível em: Terapia cognitivo comportamental: o que é, como funciona e quando devo procurar? https://www.vittude.com/blog/terapia-cognitivo-comportamental. Acesso em: 09 de setembro de 2022.
